Dicionário do cimento, concreto e argamassa

Na construção civil, até os profissionais mais experientes podem confundir os termos “cimento”, “concreto” e “argamassa”. Mas cada um tem suas características e funções específicas.

Neste post, detalhamos as diferenças entre esses três materiais, explorando suas variações e as aplicações mais adequadas em cada contexto.

O que é o cimento?

O cimento é composto por uma mistura de materiais que, ao serem combinados e processados, resultam em um pó fino com propriedades ligantes. Os principais componentes do cimento são:

Clínquer: o principal ingrediente do cimento, representando cerca de 90% a 95% da sua composição. Ele é produzido a partir da calcinação de uma mistura de calcário (carbonato de cálcio) e argila (sílica, alumina e ferro). Esse processo ocorre em fornos rotativos a altas temperaturas, fazendo os materiais se fundirem;

Gesso: adicionado em pequena quantidade (cerca de 5%), o gesso é utilizado para controlar o tempo de pega do cimento, ou seja, o tempo que ele leva para endurecer;

Adições: outros materiais podem ser adicionados ao clínquer para conferir características específicas ao cimento. Exemplos incluem:

*Escória: é um subproduto gerado durante o processo de produção de ferro em altos-fornos das siderúrgicas. Melhora a propriedade do cimento, como durabilidade e resistência a ambientes agressivos.

*Pozolana: as pozolanas podem ser naturais, como as cinzas vulcânicas, ou artificiais, como as cinzas de carvão (cinza volante) e a sílica ativa. Melhoram características como a resistência química, impermeabilidade e a durabilidade do concreto. Além disso, diminui a utilização do clínquer, principal componente do cimento Portland, diminuindo as emissões de CO2 na produção do cimento.

Filler: material finamente moído, como calcário ou pó de pedra.

O cimento Portland é o tipo de cimento mais utilizado ao redor do mundo, como um dos componentes básicos de concretos, argamassas e grautes.

O Brasil dispõe de 8 tipos de cimento (cinco básicos e três especiais). Dentro de cada um desses tipos, há ainda subcategorias que indicam as características e adições específicas de cada um, atendendo aos mais variados tipos de obras.

Tipos de cimento Portland

1. Cimento Portland Comum (CP I)

CP I – é o cimento puro, utilizado em construções que não exigem propriedades especiais do cimento;

CP I-S – cimento comum com adições.

2. Cimento Portland composto (CP II): possui subcategorias que contém adições:

CP II-E – composto com escória: utilizado em obras expostas a condições agressivas, como fundações em solo contaminado, obras em regiões litorâneas, etc;

CP II-Z – composto com pozolana: ideal para obras em ambientes agressivos, como galerias de esgoto, canais de irrigação, barragens e estruturas próximas ao mar;

 CP II-F – composto com filler.

3. Cimento Portland de alto-forno (CP III): contém uma alta proporção de escória granulada em alto forno.

*Alto forno: é uma instalação industrial onde ocorre a fusão de diversos materiais em altíssimas temperaturas.

4. Cimento Portland pozolânico (CP IV): suas aplicações típicas são em obras subterrâneas, construções em regiões litorâneas, barragens e grandes estruturas.

5. Cimento Portland de alta resistência inicial (CP V-ARI): ideal para projetos que necessitam de rápida liberação de formas, como pré-moldados e reparos emergenciais.

6. Cimento Portland resistente a sulfatos (RS): comumente utilizados em regiões litorâneas, sistemas de esgoto e água residuais, solos e águas subterrâneas agressivas.

*Sulfatos: são compostos químicos que podem estar presentes no cimento ou no ambiente onde o cimento é aplicado.

7. Cimento Portland de baixo calor de hidratação (BC): isso é especialmente importante em grandes volumes de concreto, onde o calor pode ficar muito intenso e acabar causando rachaduras que comprometem a estrutura.

8. Cimento Portland branco (CPB): utilizado principalmente em acabamentos arquitetônicos e decorativos, onde a estética é um fator crucial.

Quer saber mais sobre porque esse tipo de cimento se chama Portland? Acesse o conteúdo: Cimento: a história e seus usos.

O que é concreto?

O concreto é uma mistura de cimento, água, areia (agregado miúdo) e brita (agregado graúdo). Quando esses materiais são combinados nas proporções corretas, resultam em um material extremamente resistente, que pode ser moldado em diversas formas, sendo fundamental na construção de estruturas como lajes, colunas, vigas e fundações.

Variações de concreto e suas aplicações:

Concreto armado: mistura de concreto com barras de aço para ficar mais forte e resistente. É muito usado em vigas, lajes e colunas;

Concreto protendido: as barras de aço são esticadas antes de colocar o concreto, o que permite criar estruturas mais leves e finas, ideais para cobrir grandes espaços;

Concreto usinado: produzido em usinas de concreto e levado até a obra em caminhões. Isso garante uma qualidade melhor e mais uniforme;

Concreto autoadensável: é superfluido, preenchendo áreas de difícil acesso sem precisar de vibração, perfeito para estruturas com alta densidade de armaduras;

Concreto leve: feito com materiais leves, como argila expandida. Usado em lajes grandes, onde é importante reduzir o peso.

O que é a argamassa?

A argamassa é um material básico e versátil na construção, usada para várias aplicações, como assentar tijolos, revestir paredes e assentar pisos e azulejos. Composta de cimento, areia, água e aditivos, ela é fundamental para garantir a firmeza e o acabamento das obras.

Assim como o cimento, a argamassa também se divide em tipos e subcategorias

Tipos de argamassa

AC-1: ideal para áreas internas e pode ser usada em locais locais úmidos. É um tipo de argamassa colante, utilizada principalmente para o assentamento de revestimentos cerâmicos.

AC-2: versátil e de maior aderência e flexibilidade que a AC-1. Indicada para ambientes internos e externos, que estejam sujeitos a umidade ou variações de temperatura, como cozinhas, banheiros, lavanderias e varandas.

AC-3: oferece melhor aderência e resistência que as demais, sendo indicada para áreas que necessitam de mais segurança e suporte a condições climáticas mais extremas. Utilizada em fachadas altas, piscinas de água quente, lajes, porcelanato, etc.

Utilizações da argamassa

Argamassa de assentamento: utilizada para unir tijolos e blocos, é uma argamassa de maior consistência e resistência, garantindo a estabilidade das construções;

Argamassa de revestimento: usada em diferentes etapas do revestimento de paredes, como no chapisco, emboço e reboco. Cada etapa requer uma formulação específica para garantir a aderência, nivelamento e acabamento;

Argamassa de acabamento: é usada para dar o acabamento final, podendo incluir aditivos para criar texturas ou proteger contra umidade e intempéries.

Saiba escolher seus materiais

Ao conhecer melhor as características e as funções de cada um, você estará mais preparado para tomar decisões a partir de informações seguras, garantindo que sua obra seja realizada com materiais adequados para cada situação. Lembre-se, a escolha correta dos materiais é a base para um projeto bem-sucedido, seguro e duradouro.

Se precisar de orientação ou dos melhores produtos para sua construção, a Diprotec está aqui para ajudar com uma ampla gama de opções de cimentos, concretos e argamassas para todas as suas necessidades.

Confira outros posts sobre esses assuntos no nosso blog, aprenda:

Construção com pisos de concreto: desafios e soluções

Aprenda como calcular concreto para laje